sábado, 30 de agosto de 2008
ANÁLISE DA OBRA ANGÚSTIA, DE GRACILIANO RAMOS
O leitor ao iniciar a leitura da obra Angústia, de Graciliano Ramos, ira depara-se com um personagem com graves conflitos psíquicos. Ele que no romance se mostrará um ser angustiado, desenvolverá uma obsessão que passará a psicose caso raro na psicanálise, mas que se manifestará em Luís da Silva. Como afirma Lacan, em seu seminário 3, sobre a psicose :
“As produções discursivas que caracterizam o registro das paranóias desenvolve-se com toda a força aliás, a maior parte do tempo, em produções literárias, no sentido em que literárias quer dizer simplesmente folhas de papel cobertas com escritas.” (SEMINARIO 3, pág. 93)
Também, seguindo a pista dos estudos realizados pelo professor Helmut Feldmann, que em longo estudo sobre as obras de “Graciliano Ramos e os reflexos de sua personalidade na obra”, ou melhor, dizendo nas obras, pois traça um paralelo entre os romances e as memórias do autor, interessando nesse estudo um trecho em que afirma sobre o protagonista do romance:
“Luís da Silva enche todo o romance com o sentimento de frustração e com o pensamento de assassínio contra o rival Julião Tavares, que se torna aos poucos uma obsessão. O romance apresenta-se, destarte, como um estudo psicopático.” (Graciliano Ramos, reflexos de sua personalidade na obra, FELDMANN, Helmut, Pág 160)
Esses pensadores apenas possibilitam o estudo mais compreensível do que aconteceu com Luís da Silva e seu estado interior, com 35 anos, pois da angústia que se manifestou com a perda em seu ego do objeto de desejo, para um outro objeto que se identifica como rival, ocorrendo assim à relação amor-ódio, que, segundo Freud, “esse ódio há de ser a força que será vitoriosa nesse combate em que o ego é desfeito e o objeto triunfa”. O caso do obsessivo é diferente, pois a relação com a realidade é preservada e não conduz à derrota do ego, mas tão somente uma severa punição. Mas não é isso que o leitor percebera, devido haver uma modificação de estrutura causada pelo alcoolismo.
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
LITERATURA E CINEMA
A análise comparada entre literária e cinema, na qual esse atualiza a história da personagem Rita, do conto A Cartomante, de Machado de Assis. Os diretores optaram por preservar o mesmo enredo do triângulo amoroso e da traição, porém o foco do filme “A Cartomante” muda com a inserção de um novo personagem da psicanalista que manipula Rita dando um novo contexto para a e história machadiana.
No período em que Machado escreve o conto a psicanálise ainda estava sendo desenvolvida por Freud, todavia o cientificismo e o evolucionismo estavam através dos pensadores Comte, Darwin derrubando os paradigmas sociais moldados no dogmatismo e no misticismo. O escritor utiliza-se desses pensadores para ironizar esses conceitos antigos existente em sua sociedade.
Os diretores do filme mantiveram a relação de Rita com a cartomante, porém inseriram a psicanalista. Antônio Candido diz ter a "psicologia moderna ampliou e investigou, sistematizando as noções de subconsciente e inconsciente, que explicariam o que há de insólito nas pessoas que reputamos conhecer, e no entanto nos surpreendem, como se uma outra pessoa entra-se nelas, invadindo inesperadamente a sua área de essência e de existência”.
Assim no cinema a presença do imprevisível na vida de Rita acaba levando a jovem, uma sonhadora que coleciona previsões de horóscopos do jornal, a oscilar perigosamente entre o ponderável - que ela conhece em suas sessões de análise - e o imponderável, que desaba através das cartas do tarot. Mas não é somente a jovem que sofre as conseqüências das previsões. Tanto Camilo quanto Vilela, amigos de infância, também se deixam levar pelas previsões do futuro e acabam transformando o tempo presente. E, no meio de todo o misticismo e o racionalismo, entre livre-arbítrio e fatos irremediáveis, a psicanalista Antônia tenta salvar a vida de seus pacientes e amigos ao interpretar seus desejos, medos e, principalmente, o que o futuro lhes reserva.
No período em que Machado escreve o conto a psicanálise ainda estava sendo desenvolvida por Freud, todavia o cientificismo e o evolucionismo estavam através dos pensadores Comte, Darwin derrubando os paradigmas sociais moldados no dogmatismo e no misticismo. O escritor utiliza-se desses pensadores para ironizar esses conceitos antigos existente em sua sociedade.
Os diretores do filme mantiveram a relação de Rita com a cartomante, porém inseriram a psicanalista. Antônio Candido diz ter a "psicologia moderna ampliou e investigou, sistematizando as noções de subconsciente e inconsciente, que explicariam o que há de insólito nas pessoas que reputamos conhecer, e no entanto nos surpreendem, como se uma outra pessoa entra-se nelas, invadindo inesperadamente a sua área de essência e de existência”.
Assim no cinema a presença do imprevisível na vida de Rita acaba levando a jovem, uma sonhadora que coleciona previsões de horóscopos do jornal, a oscilar perigosamente entre o ponderável - que ela conhece em suas sessões de análise - e o imponderável, que desaba através das cartas do tarot. Mas não é somente a jovem que sofre as conseqüências das previsões. Tanto Camilo quanto Vilela, amigos de infância, também se deixam levar pelas previsões do futuro e acabam transformando o tempo presente. E, no meio de todo o misticismo e o racionalismo, entre livre-arbítrio e fatos irremediáveis, a psicanalista Antônia tenta salvar a vida de seus pacientes e amigos ao interpretar seus desejos, medos e, principalmente, o que o futuro lhes reserva.
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Caminhando pensei em minha esposa que mesmo tendo lhe agraciado com tudo do mundo. Ela me responderia: - Tem mais alguma coisa, além disso.