segunda-feira, 5 de janeiro de 2015
Conto: O SUAVE MILAGRE: De Eça de Queirós
Nesse tempo Jesus ainda se não afastara da Galileia e das doces, luminosas
margens do lago de Tiberíade — mas a notícia dos seus milagres penetrara já
até Enganim, cidade rica, de muralhas fortes, entre olivais e vinhedos, no país
de Issacar.
Uma tarde um homem de olhos ardentes e deslumbrados passou no fresco
vale, e anunciou que um novo profeta, um rabi formoso, percorria os campos
e as aldeias da Galileia, predizendo a chegada do Reino de Deus, curando
todos os males humanos. E, enquanto descansava, sentado à beira da Fonte
dos Vergéis, contou ainda que esse rabi, na estrada de Magdala, sarara da lepra
o servo de um decurião romano, só com estender sobre ele a sombra das suas
mãos; e que noutra manhã, atravessando numa barca para a terra dos
Gerasenos, onde começava a colheita do bálsamo, ressuscitara a filha de Jairo,
homem considerável e douto que comentava os livros na sinagoga. E como
em redor, assombrados, seareiros, pastores, e as mulheres trigueiras com a
bilha no ombro, lhe perguntassem se esse era, em verdade, o Messias da
Judeia, e se diante dele refulgia a espada de fogo, e se o ladeavam, caminhando
como as sombras de duas torres, as sombras de Gog e de Magog — ohomem, sem mesmo beber daquela água tão fria de que bebera Josué,
apanhou o cajado, sacudiu os cabelos, e meteu pensativamente por sob o
aqueduto, logo sumido na espessura das amendoeiras em flor. Mas uma
esperança, deliciosa como o orvalho nos meses em que canta a cigarra,
refrescou as almas simples: logo, por toda a campina que verdeja até Áscalon,
o arado pareceu mais brando de enterrar, mais leve de mover a pedra do lagar:
as crianças, colhendo ramos de anémonas, espreitavam pelos caminhos se
além da esquina do muro, ou de sob o sicômoro, não surgiria uma claridade, e
nos bancos de pedra, às portas da cidade, os velhos, correndo os dedos pelos
fios das barbas, já não desenrolavam, com tão sapiente certeza, os ditames
antigos.
Ora então vivia em Enganim um velho, por nome Obed, de uma família
pontifical de Samaria, que sacrificara nas aras do monte Ebal, senhor de fartos
rebanhos e de fartas vinhas — e com o coração tão cheio de orgulho como
seu celeiro de trigo. Mas um vento árido e abrasado, esse vento de desolação
que ao mando do Senhor sopra das torvas terras de Assur, matara as reses
mais gordas das suas manadas, e pelas encostas onde as suas vinhas se
enroscavam ao olmo, e se estiravam na latada airosa, só deixara, em torno dos
olmos e pilares despidos, sarmentos de cepas mirradas, e a parra roída de
crespa ferrugem. E Obed, agachado à soleira da sua porta, com a ponta do
manto sobre a face, palpava a poeira, lamentava a velhice, ruminava
queixumes contra Deus cruel. Apenas ouvira porém desse novo rabi da Galileia que alimentava as
multidões, amedrontava os demónios, emendava todas as desventuras —
Obed, homem lido, que viajara na Fenícia, logo pensou que Jesus seria um
desses feiticeiros, tão costumados na Palestina, como Apolónio, ou rabi BenDossa, ou Simão, «o Subtil». Esses, mesmo nas noites tenebrosas, conversam
com as estrelas, para eles sempre claras e fáceis nos seus segredos; com uma
vara afugentam de sobre as searas os moscardos gerados nos lodos do Egipto;
e agarram entre os dedos as sombras das árvores, que conduzem, como toldos
benéficos, para cima das eiras, à hora da sesta. Jesus da Galileia, mais novo,
com magias mais viçosas decerto, se ele largamente o pagasse, sustaria a
mortandade dos seus gados, reverdeceria os seus vinhedos. Então Obed
ordenou aos seus servos que partissem, procurassem por toda a Galileia o rabi
novo, e com promessa de dinheiros ou alfaias o trouxessem a Enganim, no
país de Issacar.
Os servos apertaram os cinturões de couro — e largaram pela estrada das
caravanas, que, costeando o lago, se estende até Damasco. Uma tarde,
avistaram sobre o poente, vermelho como uma romã muito madura, as neves
finas do monte Hérmon. Depois, na frescura de uma manhã macia, o lago de
Tiberíade resplandeceu diante deles, transparente, coberto de silêncio, mais
azul que o céu, todo orlado de prados floridos, de densos vergéis, de rochas
de pórfiro, e de alvos terraços por entre os palmares, sob o voo das rolas. Um
pescador que desamarrava preguiçosamente a sua barca de uma ponta derelva, assombreada de aloendros, escutou, sorrindo, os servos. O rabi de
Nazaré? Oh! Desde o mês de Ijar, o rabi descera, com os seus discípulos, para
os lados para onde o Jordão leva as águas. Os servos correndo, seguiram pelas
margens do rio, até adiante do vau, onde ele se estira num largo remanso, e
descansa, e um instante dorme, imóvel e verde, à sombra dos tamarindos. Um
homem da tribo dos Essénios, todo vestido de linho branco, apanhava
lentamente ervas salutares, nela beira da água, com um cordeirinho branco ao
colo. Os servos humildemente saudaram-no, porque o povo ama aqueles
homens de coração tão limpo, e claro, e cândido como as suas vestes cada
manhã levadas em tanques purificados. E sabia ele da passagem do novo rabi
da Galileia que, como os Essénios, ensinava a doçura, e curava as gentes e os
gados? O Essénio murmurou que o rabi atravessara o oásis de Engaddi,
depois se adiantara para além... — Mas onde, além? — Movendo um ramo de
flores roxas que colhera, o Essénio mostrou as terras de além-Jordão, a
planície de Moab. Os servos vadearam o rio — e debalde procuravam Jesus,
arquejando pelos rudes trilhos, até às fragas onde se ergue a cidadela sinistra
de Makaur... No Poço de Jacob repousava uma larga caravana, que conduzia
para o Egipto mirra, especiarias e bálsamos de Gilead, e os cameleiros, tirando
a água com os baldes de couro, contaram aos servos de Obed que em Gadara,
pela lua nova, um rabi maravilhoso, maior que David ou Isaías, arrancara sete
demónios do peito de uma tecedeira, e que, à sua voz, um homem degolado
pelo salteador Barrabás se erguera da sua sepultura e recolhera ao seu horto. Os servos, esperançados, subiram logo açodadamente pelo caminho dos
peregrinos até Gadara, cidade de altas torres, e ainda mais longe até às
nascentes de Amalha... Mas Jesus, nessa madrugada, seguido por um povo que
cantava e sacudia ramos de mimosa, embarcara no lago, num batel de pesca, e
à vela navegara para Magdala. E os servos de Obed, descoroçoados, de novo
passavam o Jordão na Ponte das Filhas de Jacob. Um dia, já com as sandálias
rotas dos longos caminhos, pisando já as terras da Judeia Romana, cruzaram
um fariseu sombrio, que recolhia a Efraim, montado na sua mula. Com devota
reverência detiveram o homem da Lei. Encontrara ele, por acaso, esse profeta
novo da Galileia que, como um deus passeando na Terra, semeava milagres?
A adunca face do fariseu escureceu enrugada — e a sua cólera retumbou
como um tambor orgulhoso:
— Oh escravos pagãos! Oh blasfemos! Onde ouvistes que existissem
profetas ou milagres fora de Jerusalém? Só Jeová tem força no seu Templo.
De Galileia surdem os parvos e os impostores...
E como os servos recuavam perante o seu punho erguido, todo
enrodilhado de dísticos sagrados — o furioso doutor saltou da mula e, com as
pedras da estrada, apedrejou os servos de Obed, uivando: « Racca! Racca!» e
todos os anátemas rituais. Os servos fugiram para Enganim. E grande foi a
desconsolação de Obed, porque os seus gados morriam, as suas vinhas
secavam — e todavia, radiantemente, como uma alvorada por detrás de serras,crescia, consoladora e cheia de promessas divinas, a fama de Jesus da Galileia.
Por esse tempo, um centurião romano, Públio Sétimo, comandava o forte que
domina o vale de Cesareia, até à cidade e ao mar. Públio, homem áspero,
veterano da campanha de Tibério contra os Partos, enriquecera durante a
revolta de Samaria com presas e saques, possuía minas na Ática e gozava,
como favor supremo dos deuses, a amizade de Flaco, legado imperial da Síria.
Mas uma dor roía a sua prosperidade muito poderosa como um verme rói
um fruto muito suculento. A sua filha única, para ele mais amada que vida ou
bens, definhava com um mal subtil e lento, estranho mesmo ao saber dos
esculápios e mágicos que ele mandara consultar a Sídon e a Tiro. Branca e
triste como a lua num cemitério, sem um queixume, sorrindo palidamente ao
seu pai definhava, sentada na alta esplanada do forte, sob um velário,
alongando saudosamente os negros olhos tristes pelo azul do mar de Tiro, por
onde ela navegara de Itália, numa galera enfestoada. Ao seu lado, por vezes,
um legionário, entre as ameias, apontava vagarosamente ao alto a flecha, e
varava uma grande águia, voando de asa serena, no céu rutilante. A filha de
Sétimo seguia um momento a ave torneando até bater morta sobre as rochas
— depois, mais triste, com um suspiro, e mais pálida, recomeçava a olhar para
o mar.
Então Sétimo, ouvindo contar, á mercadores de Chorazim, deste rabi
admirável, tão potente sobre os espíritos, que sarava os males tenebrosos da
alma, destacou três decúrias de soldados para que o procurassem por Galileia,e por todas as cidades da Decápole, até à costa e até Áscalon. Os soldados
enfiaram os escudos nos sacos de lona, espetaram nos elmos ramos de oliveira
— e as suas sandálias ferradas apressadamente se afastaram, ressoando sobre
as lajes de basalto da estrada romana que desde Cesareia até ao lago com toda
a tetrarquia de Herodes. As suas armas de noite, brilhavam no topo das
colinas, por entre a chama ondeante dos archotes erguidos. De dia invadiam
os casais, rebuscavam a espessura dos pomares, esfuracavam com a ponta das
lanças a palha das medas: e as mulheres, assustadas, para os amansar, logo
acudiam com bolos de mel, figos novos, e malgas cheias de vinho, que eles
bebiam de um trago, sentados à sombra dos sicômoros. Assim correram a
Baixa Galileia — e, do rabi, só encontraram o sulco luminoso nos corações.
Enfastiados com as inúteis marchas, desconfiando que os Judeus
sonegassem o seu feiticeiro para que os Romanos não aproveitassem do
superior feitiço, derramavam com tumulto a sua cólera, através da piedosa
terra submissa. À entrada das aldeias pobres detinham os peregrinos, gritando
o nome do rabi, rasgando os véus às virgens: e, à hora em que os cântaros se
enchem nas cisternas, invadiam as ruas estreitas dos burgos, penetravam nas
sinagogas, e batiam sacrilegamente com os punhos das espadas nas Thebahs,
os santos armários de cedro que continham os Livros Sagrados. Nas cercanias
de Hébron arrastaram os solitários pelas barbas para fora das grutas, para lhes
arrancar o nome do deserto ou do palmar em que se ocultava o rabi — e dois
mercadores fenícios que vinham de Jope com uma carga de malóbatro, e aquem nunca chegara o nome de Jesus, pagaram por esse delito cem dracmas a
cada decurião. Já a gente dos campos, mesmos os bravios pastores de
Idumeia, que levam as reses brancas para o Templo, fugiam espavoridos para
as serranias, apenas luziam, nalguma volta do caminho, as armas do bando
violento. E da beira dos eirados, as velhas sacudiam como taleigos a ponta dos
cabelos desgrenhados, e arrogavam sobre eles as Más Sortes, invocando a
vingança de Elias. Assim tumultuosamente erraram até Áscalon: não
encontraram Jesus: e retrocederam ao longo da costa enterrando as sandálias
nas areias ardentes.
Uma madrugada, perto de Cesareia, marchando num vale, avistaram sobre
um outeiro um verde-negro bosque de loureiros, onde alvejava,
recolhidamente, o fino e claro pórtico de um templo. Um velho, de compridas
barbas brancas, coroado de folhas de louro, vestido com uma túnica cor de
açafrão, segurando uma curta lira de três cordas, esperava gravemente, sobre
os degraus de mármore, a aparição do Sol. Debaixo, agitando um ramo de
oliveira, os soldados bradaram pelo sacerdote. Conhecia ele um novo profeta
que surgira na Galileia, e tão destro em milagres que ressuscitava os mortos e
mudava a água em vinho? Serenamente, alargando os braços, o sereno velho
exclamou por sobre a rociada verdura do vale:
— Oh romanos! Pois acreditais que em Galileia ou Judeia apareçam
profetas consumando milagres? Como pode um bárbaro alterar a ordem
instituída por Zeus?... Mágicos e feiticeiros são vendilhões, que murmurampalavras ocas, para arrebatar a espórtula dos simples... Sem a permissão dos
imortais nem um galho seco pode tombar da árvore, nem seca folha pode ser
sacudida na árvore. Não há profetas, não há milagres... Só Apolo Délfico
conhece o segredo das coisas!
Então, devagar, com a cabeça derrubada, como numa tarde de derrota, os
soldados recolheram à fortaleza de Cesareia. E grande foi o desespero de
Sétimo, porque sua filha morria, sem um queixume, olhando o mar de Tiro —
e todavia a fama de Jesus, curador dos lânguidos males, crescia, sempre mais
consoladora e fresca, como a aragem da tarde que sopra do Hérmon e, através
dos hortos reanima e levanta as açucenas pendidas.
Ora entre Enganim e Cesareia, num casebre desgarrado, sumido na prega
de um cerro, vivia a esse tempo uma viúva, mais desgraçada mulher que todas
mulheres de Israel. O seu filhinho único, todo aleijado, passara do magro
peito a que ela o criara para os farrapos de enxerga apodrecida, onde jazera,
sete anos passados, mirrando e gemendo. Também a ela a doença a engelhara
dentro dos trapos nunca mudados, mais escura e torcida que uma cepa
arrancada. E, sobre ambos espessamente a miséria cresceu como o bolor
sobre cacos perdidos num ermo. Até na lâmpada de barro vermelho secara há
muito o azeite. Dentro da arca pintada não restava grão ou côdea. No Estio,
sem pasto, a cabra morrera. Depois, no quinteiro, secara a figueira. Tão longe
do povoado, nunca esmola de pão ou mel entrava o portal. E só ervas
apanhadas nas fendas das rochas, cozidas sem sal, nutriam aquelas criaturas de Deus na Terra Escolhida, onde até às aves maléficas sobrava o sustento! Um
dia um mendigo entrou no casebre, repartiu do seu farnel com a mãe
amargurada, e um momento sentado na pedra da lareira, coçando as feridas
das pernas, contou dessa grande esperança dos tristes, esse rabi que aparecera
na Galileia, e de um pão no mesmo cesto fazia sete, e amava todas as
criancinhas, e enxugava todas as lágrimas, e prometia aos pobres um grande e
luminoso reino, de abundância maior que a corte de Salomão. A mulher
escutava, com olhos famintos. E esse doce rabi, esperança dos tristes, onde se
encontrava? O mendigo suspirou. Ah esse doce rabi! Quantos o desejavam,
que se desesperançavam! A sua fama andava por sobre toda a Judeia, como o
sol que até por qualquer velho muro se estende e se goza; mas para enxergar a
claridade do seu rosto, só aqueles ditosos que o seu desejo escolhia. Obed, tão
rico, mandara os seus servos por toda a Galileia para que procurassem Jesus, o
chamassem com promessas a Enganim; Sétimo, tão soberano, destacara os
seus soldados até à costa do mar, para que buscassem Jesus o conduzissem,
pelo seu mando a Cesareia. Errando esmolando por tantas estradas, ele topara
os servos de Obed, depois os legionários de Sétimo. E todos voltavam, como
derrotados, com as sandálias rotas sem ter descoberto em que mata ou cidade,
em que toca ou palácio, se escondia Jesus.
A tarde caía. O mendigo apanhou o seu bordão, desceu pelo duro trilho,
entre a urze e a rocha. A mãe retomou o seu canto mais vergada, mais
abandonada. E então o filhinho, num murmúrio mais débil que o roçar de uma asa,
pediu à mãe que lhe trouxesse esse rabi que amava as criancinhas, ainda as
mais pobres, sarava os males ainda os mais antigos. A mãe apertou a cabeça
esguedelhada:
— Oh filho e como queres que te deixe, e me meta aos caminhos à procura
do rabi da Galileia? Obed é rico e tem servos, e debalde buscaram Jesus, por
areais e colinas, desde Corazim até ao país de Moab. Sétimo é forte e tem
soldados, e debalde correram por Jesus, desde o Hébron até ao mar!
Como queres que te deixe! Jesus anda por muito longe e a nossa dor mora
connosco, dentro destas paredes, e dentro delas nos prende. E mesmo que o
encontrasse, como convenceria eu o rabi tão desejado, por quem ricos e fortes
suspiram, a que descesse através das cidades até este ermo, para sarar um
entrevadinho tão pobre, sobre enxerga tão rota?
A criança, com duas longas lágrimas na face magrinha, murmurou: — Oh
mãe! Jesus ama todos os pequenos. E eu ainda tão pequeno, e com um mal
tão pesado, e que tanto queria sarar!
E a mãe, em soluços: — Oh meu filho, como te posso deixar? Longas são
as estradas da Galileia, e curta a piedade dos homens. Tão rota, tão trôpega,
tão triste, até os cães me ladrariam da porta dos casais. Ninguém atenderia o
meu recado, e me apontaria a morada do doce rabi. Oh filho! Talvez Jesus
morresse... Nem mesmo os ricos e os fortes o encontram. O Céu o trouxe, o Céu o levou. E com ele para sempre morreu a esperança dos tristes. De entre
os negros trapos, erguendo as suas pobres mãozinhas que tremiam, a criança
murmurou:
— Mãe, eu queria ver Jesus... E logo, abrindo devagar a porta e sorrindo Jesus disse à criança: — Aqui estou.
FONTE: Contos de natal portugueses; http://www.pdflivros.com/index.html
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