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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Da Fábula à Prosa Poética

No presente artigo o percurso que conta “Da Fábula à Prosa Poética” será feito tendo por objetivo tornar compreensível ao leitor a origem do texto em Prosa Poética. No livro “Análise Literária”, de Massaud Moisés , tem-se um roteiro prático do caminha que deve ser seguido para a análise literária; que fundamentalmente é “decompor em partes fundamentais” a obra analisada. Essa decomposição será o meio pela qual se chegará a origem do texto em Prosa Poética. Assim, será dividido nesse artigo o percurso em quatro momentos ficando destinado os primeiros momentos aos contos fantásticos: fábula, conto de fadas e conto folclórico e o último a Prosa Poética.

No primeiro momento compreende o Período Clássico da Literatura Latina. Temos na origem dos textos poéticos a fábula. Esse tipo de texto em verso foi conceituado por Massaud Moises, em seu “Dicionário de Termos Literários”, como uma narrativa curta o que coincide com o conceito de conto apresentado em outros de seus livros “A Criação Literária: prosa I”. No dicionário Massaud defini a estrutura da fábula como um texto que é protagonizado por animais irracionais, cujo comportamento, preserva as características próprias; deixando transparecer uma alusão, via de regra satírica ou pedagógica, aos seres humanos.

No “Manual da Literatura Latina” , de Rômulo Augusto de Souza, é definida o texto em fábula como um texto em verso até o séc. XVIII, que em seguida adotou a prosa como veículo de expressão. Na literatura clássica, o seu maior representante é Esopo que viveu no século III a.C na Grécia e que viria a influenciar as fábulas de Fedro que no prólogo de seu primeiro livro diz se limitar a aperfeiçoar “em versos senários” a matéria tirada de Esopo. Cito.

“Fedro é um poeta de transição. Seu estilo conciso e elegante e a sua linguagem simples se aproximam dos clássicos. As suas fábulas trazem observações morais de grande profundidade que revelam talento e sabedoria. Seu latim saboroso e límpido toma, às vezes, um tom sentencioso e penetrante que, entretanto, nunca chega ao artifício exagerado, já em voga no seu tempo, em que predominava “o gosto novo” cuja principal figura é Sêneca, o filosofo. O estilo simples e ralativamente fácil das fábulas e as observações morais nelas contidas fizeram de Fedro o autor preferido nas escolas. (SOUZA, pg. 254)
ex:


Durante o período da Idade Média predominou-se a poesia e o romance de cavalaria. Tendo os textos clássicos um esquecimento quanto seu resguardo pela Igreja Católica. Só resurgindo com a republicação das fábulas de Fedro, por Pithou um abade, do século XVI, que encontrou os manuscritos na abadia de São Benedito, “até essa data não figuravam na Literatura Latina” afirma Romulo de Souza, em seu “Manual de Literatura Latina”. Nesse mesmo período afirma Massaud em seu livro “A Criação Literária: prosa I”, ter surgido o primeiro contista do Idioma na acepção moderna Gonçalo Fernandes Trancoso1, que publicou o livro “Contos e Histórias de Preveito e Exemplo”, em que percebe-se a influência do escritor Bocaccio, autor da “Divina Comedia”.

O segundo momento ler-se as fábulas que até então eram escritas em versos sendo atualizadas e adaptadas para o Francês pelo nobre La Fontaine, editadas no século XVII, que retomou o verso fantástico. Noto que no período Clássico os gêneros textuais dividiam-se em poesia e prosa, sendo as poesias textos literários, já a prosa eram os textos de História, Filosofia e Oratória. Com o Renascimento ouve o retorno a cultura clássica em oposição ao estilo predominante da poesia medieval. Assim, nesse resgate o padrão da forma poética se manteve predominantemente em verso o que iria mudar como ler-se-á, só, no momento do Conto de Fadas e da Prosa Poética.

Em vésperas da Revolução Francesa, Marquês de Sade dedica-se a escrever uma sérié de aproximadamente cinqüenta contos e novelas românticas com objetivo de reuni-los em uma publicação que alternasse “textos alegres” e “textos sombrios”. Ao redigir a Catalogue raisonné des Oeuvres de M de S., em meados de XVIII, ele anota:

Essa obra compõe quatro volumes com uma gravura a cada conto; as histórias serão combinadas de maneira tal que uma aventura alegre e mesmo picante, mas sempre dentro das regras do pudor e da decência, seja imediatamente sucedida por uma aventura séria ou trágica”
(SADE, pg.11 2002)

O projeto inicial, contudo, não se realiza completamente: No século XVIII, o editor Massé, de Paris, publica a seleção de textos que compõem Os crimes de amor sob um subtítulo que revela outro critério de compilação - “novelas heróicas e trágicas” Nessa obra foi publicado “Conte Allegorique”, em que o gênero gótico é combinado com o histórico.

No século XVIII, ocorre o terceiro momento estabelecido a partir do fenômeno da industrialização e com a revolução industrial a criança passa a ter um novo papel na sociedade, como afirma Marina Lajolo & Regina Ziberma, na obra “Literatura Infantil Brasileira”, cito:

“A criança passa a ter um papel na sociedade, motivando o aparecimento de objetos industriais (o brinquedo) e culturais (o livro) ou novos ramos da ciência (a psicologia infantil, a pedagogia ou a pediatria) de que ela e destinatária.”( LAJOLO & ZIBERMA, pg. 17)

Desse interesse pelo público infantil surge na Inglaterra o Conto de Fadas destinado exclusivamente ao publico infantil e que tinha sua forma em prosa, facilitando a leitura devido sua linearidade que privilegiava a clareza e a literariedade da história em oposição a verticaridade dos textos em verso fabular e seu conteúdo metafórico. O gênero destinado à infância o “Conto de Fadas” surge com a publicação pelos irmãos Grimm, no século XVIII, da coleção de conto de fadas escrito para o público infantil, tornado-se esse estilo o “sinônimo de literatura para criança” ( LAJOLO & ZIBERMA, pg. 20).



Também conta desse período o terceiro momento de evolução do Conto Literário, quando pelo estudo investigatório da poesia e lendas da antiguidade clássica. Surge o Folclore, como é definido por Bruno de Menezes, em seu livro sobre lendas do Pará:

“Há cento e onze anos passados, a 22 de agosto de 1846, o jornal The Atlemaem, da capital londrina, em edição dessa data, fazia surgir, pela primeira vez, em letra impressa, a palavra Folklore; porém, desde os fins do século XVII, Maepherson, Percy, W. Scott, na Inglaterra, Helder e os irmãos Grimm, na Alemanha, iniciaram o estudo do folclore, mas que possuía o nome de “.Antiquitites Vulgares”.( MENEZES, pg. 291)



Desse resgate cultural foram passados da oralidade popular para o vernáculo a massa de experiências que surgiam numa cultura e eram repassadas de um pessoa a outra pela oralidade. A valorização dessa memória dar-se-á como afirma Walter Bejamin, em sua obra “O Narrador”, pelo fato, cito:

“o narrador é um homem que sabe dar conselhos. Mas, se “dar conselhos” parece hoje algo de antiquado, é porque as experiências estão deixando de ser comunicáveis. Em conseqüências estão deixando de ser comunicáveis. Assim não podemos dar conselhos nem a nós mesmos nem aos outros... O conselho tecido na substância viva da existência tem um nome: sabedoria. A arte de narrar está definhando porque a sabedoria – o lado épico da verdade – está em extinção”. (BEJAMIM,pg. 200, 1993)

Então para que não se perde-se todas essas histórias contadas de boca em boca os folcloristas começaram a passar para o papel essas narrativas orais em forma de Conto, assim elas não seriam esquecidas pela memória de um povo.

Em XIX, tem-se o último momento com a publicação de Iluminas livro do escritor Arthur Rimbaud, nessa obra publicou podemos ler o conto em Prosa Poética chamado “Conte” em que mistura poesia e prosa, utilizando-se da linguagem metafórica da poesia e o estilo linear da narrativa em prosa, estabelecendo um gênero narrativo intermediário entre a poesia e o romance. O que se opõe a definição de poesia e prosa proposto por Massaud Moisés, no livro “Análise Literária”, em que estabelece como sendo a prosa uma expressão denotativa do “não-eu” e a poesia possui uma linguagem conotativa do “eu”.

O leitor poderá diferenciar os textos de Rimbaud dos outros genêros, pois estes estão ligados a tradição do realismo e sua realidade ou verossimilhança que os caracterizam, distinguindo da fábula, do conto de fadas, da tradição oral de característica fantástica e dos contos de cavalaria ou românticos. Nesse novo estilo ver-se-á a ruptura do cânone estético da poesia clássica com a formação de um estilo novo de ficção mais preocupado com a correspondência entre palavras e coisas quanto com as belezas extrínsecas que o uso da retórica podia conferir à descrição e ação. Na Prosa Poética, o escritor “incorpora as coisas narradas à experiência do outro”(BEJAMIM, 1993).

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