PESQUISADOR como TERAPEUTA
“E diante de um todo complexo e, de certa forma hermético, que se encontra o
pesquisador, quando sonda, em busca de causas, de motivação mais profunda; que a
conduta humana não se explica só pelas razões, isto é, pelas fórmulas lógicas; antes por
aquelas que escapam ao senso comum, já que são subjetivas”.(pg. 173)
Apresentação de problemas
– Análise pelos ângulos possíveis
– Expor os resultados a que chegou de acôrdo com as técnicas utilizadas
– Comentar os recursos que usou no tratamento, enumerando, com objetividade.
– Resultados
“Ninguém em tecnico de todas as tecnicas”.
CONSIDERAÇÃO
“o indivíduo pertubado ou deficiente da linguagem deve ser entendido em têrmos de unidade funcional, compreendido como um todo, como uma personalidade
integrada”. (pg. 171)
MEIOS DE RECUPERAÇÃO
1. Exercício mecânico
2. Articulatórios
3. Respiratorios e mistos
4. O paciente adquire a capacidade de articular corretamente
· a) comentário: usar a articulação certa é outro probelma; êle já foi censurado,
criticado, castigado; já se sentiu inferior perante irmãos e colegas; talvez se tenha
instalado um complexo, inibindo-o ou rebelando-o. Emocionalmente, êsses
indivíduos se apresentam, via de regra, pertubados.(pg172)
· b) a necessidade de entendê-los, não só quanto ao mecanismo verbal, mas também
quanto à afetividade, ao temperamento neuroglandular e sensorial; e até a
componente físicossomática geral requer pesquisa;
EX: no caso de Gagues, necessita-se, normalmente, de exames clínicos gerais; de
exames especializados:
eletroencefalograma
dosagem de ferro
cálcio
exame de órgãos que interessama à fonação
exames psicotécnicos
levantamento histórico individual (biograma objetivo)
audiometria fonal
EQUIPE
Clínico
Laboratorista
Neurologista
Otorrino
Assistente social
Psicotécnico
ANALISE DO MATERIAL
Na fase de pesquisa, portanto, para maior eficiência na atividade de coligir dados,
organiza-se a equipe. E mais, em muitos casos,torna-se preciso discutir êsses dados,
interrelacioná-los, para que êles assumam espressão no cômputo geral.
DIAGNÓSTICO
É etapa importantíssima no processo de recuperação, nêle se devem distinguir causas
prováveis. Não importa dar um nome à dificuldade verbal; nunca na prática; o que tem
valor é localizar o maior número de fatôres interferente e, se possível, sua origem; só
assim se pode combatê-los.
CONSIDERAÇÃO
“A conduta humana se dirige no sentido de satisfazer as próprias necessiadades; se o
que as satisfaz não se encontra no ambiente, é inútil tentar a recuperação”.
SINTOMA COMO DEFESA
“Temos visto pessoas com graves dificuldades na palavra; algumas sofrendo
intensamente, porque se sentem inferiorizadas e ridículas; para doxalmente, porém, elas
não querem liberta-se da pertubação, porque esta funciona não como instrumento
punitivo, mas também como garantia de vantagens e atenções especiais que, de outra
forma, não seriam; além disso, defendem-nas de assumir certas resposnabilidades, de
enfrentar determinados obstáculos”.
PAPEL DO EDUCADOR
Se o educador lhes acena com a libertação do ridículo e da inferioridade, não atende à
necessidade real, mas à aparente; e nada consegue; se, no entanto, atende à necessidade
de segurança, de auto-confiança e amadurecimento, o problema se soluciona, porque se
processa a socialização e o indivíduo adquire autonomia; já, então, não o apavoram as
dificuldades, nem carece de proteção; sente-se naturalmente protegido e protege, através
da força de coesão que o relaciona, como ser consciente, aos outros sêres; e a
participação, no grupo, valorizando-o, elimina a angústia e o sentimento insuportável de
solidão. (pg.174)
TECNICA
1. Tecnica de SLAVSON
2. Psicoterapia anlitica de grupo
3. Psicodrama
OPINIÃO
Em matéria de recuperação de deficientes ou pertubados da palavra, a psicanálise
ortodoxa, tal como a preconizou Freud e a aceitam seus seguidores incondicionalmente,
não nos parece funcionar satisfatòriamente.
PROPOSTA
Trabalhar com pequenos grupos, quer utilizando a ludoterapia (criança), o psicodrama
(criança e adolecente) ou a laborterapia. Essas técnicas funcionam mais como “centro de
interêsse” ou núcleos, em tôrno dos quais se desenvolveu o processo psicoterápico.
ROGERS: por meio do grupo se consegue associar os elementos num “campo
fenomenológico” comum, o que facilita diminuir a tensão emocional e o
estabelecimento do intercâmbio, por meio da palavra.
DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM
CRIANÇA
Deve-se fazer:
· Atendê-lo com pariência
· mostrando interêsse no que diz
· encorajando-o
· compreensão e serenidade
Sistema de atos: não funcionam muito bem, é precisam que os pais associem os
exercícios a algo agradável, para que ela tenha prazer em executá-los. Em contrapartida,
feito sob pressão, com ameaças e ralhos constantes, associam-se antes ao que é
desagradável e ela tende a evitá-lo.
Objetivo: a vencer os obstáculos que lhe entravam a palavra.
O papel da respiração e da nutrição no ato de fala: Em 1945, realizamos uma pesquisa
em escolas do campo experimentantal do Serviço de Ortofrenia que, ao tempo,
chefiávamos; obtevemos os índices respiratórios (espirômetro) e os realacionados à
nutrição (ACH) e ao resultado do trabalho:
1. q ue nossas crianças respiram mal (ápice e base do pulmão sempre em deficit)
Obs: quando referimos a respiração defeituosa e insuficiente, falamos não só do
volume de ar inspirado, como doritmo respiratório.
Exemplo: no caso de gaguez havia distritmia respiratôria e incoordenação dos
movimentos respiratórios com os articulatórios; frequentemente o gago se empenha
em emitir a palavra no momento de inspirar, o que a bloqueia inteiramente.
Conclusão: ninguém pode falar bem, de maneira clara e agradável, se não respira
com ritmo regular.
Recurso: a natação
2 . q ue seu tônus vital é baixo, bem como índece de nutrição
Obs: há processos lentos de maturação nervosa e debilidade mental; nos casos de
períodos seguidos de doença, de desidratação e de nutrição, é de esperar um atraso nas palavras, como é de esperá-lo se a inteligência é de nível muito baixo, caso em que
todos os comportamentos aparecem retardados.
3. que, em consegüência, t êm baixa resistência à fadiga.
ADULTOS e ADOLECENTES
(Nota: a participação dos pais não é tão necessária, quanto com a criança.)
Bem conduzidos, desenvolverão a fôrça de vontade que os levará à prática dos
exercícios respiratorios e articulatórios.
· Recurso para uma boa respiração: natação, yoga, exercício mecânicos
· Recurso para melhora no contrôle neuro-muscular: resmo, auterofilismo; exercício na
barra e no trapézio; dança rítmica, ou mesmo “ballet”, teatro.
QUESTIONAMENTO
Haverá casos em que a profissão predominantemente verbal deva ser indicada,
facilitando a interação do indivíduo ao meio(pergunta)
R: Este tema vem sendo discutido principalmente pela escola psicanalista, nos têrmos
seguintes:
1. o deficiente da linguagem adquire um sentimento de inferioridade, em razão de sua
deficiência;
2. para vence-lo, terá que vencer a deficiência, isto, é chegar à utilização verbal
Exemplo: DEMÓSTENES usou essa prática, tornando-semo grande orador ateniense
que se imortalizou; outros oradores
TRIBUNOS e professôres, tiveram inicialmente pertubações da linguagem;
conseguiram vencê-las e agor com êxito no campo específico da palavra falada.
BETHOVEEN, afirma a vitória do homem deficiente, que foi capaz de
compor a Nona Sinfonia, quando já estava surdo.
OBJETIVO DA RECUPERAÇÃO
A recuperação há de ter o objetivo levar o deficiente à comunicação com os outros, da
melhor maneira possível; fazer-se compreender é o mínimo a alcançar.
Nota: que até o presente momento deste trabalho algumas deficeincias não tem ainda
recurso ciêntificos para a recuperação total, como o mal de Little, e os espásticos.
DIFICULDADE DA PESQUISA
Não é fácil a pesquisa, para fins de orientação profissional; porque ela não se resume,
apenas, na aplicação de escalas, questionários ou testes e na interpretação de escalas,
questionários ou testes e na interpretação e interrelacionamento dos dados; vai além,
exige maior profundidade, de vez que inclui o exame da vida passada, chegando à
evolução fetalme mesmo aos períodos que a antecedem.
DEFINIÇÃO DE FREUD
Quando Freud desvendou, aos olhos da humanidade, um nôvo horizonte, revelou-lhe
que o presente era uma nítida expressão do nada; a vida do homem só teria significação como extensão e projeção de seu passado. Alertou, assim, o pesquisador, apontando-lhe
a nova dimensão.
POR FIM, COMENTÁRIOS FILOSÓFICOS
Comentários rápidos a respeito da posição filosófica dos que lidam com deficientes da
linguagem, incluindo surdos-mudos; e, com êles, encerramos êste livro;
1. Ao deficiente devem ser asseguradas condições propícias a seu desenvolvimento
físico e mental, atendendo a seu desenvolvimento físico e mental, atendendo a suas
limitações e ao fato de que o ser humano se desenvolve, nas grandes linhas, de
acôrdo com princípios gerais, mas apresenta, em seu crescimento físico e mental,
formas individuais que o caracterizam.
2. Cda fase de evolução tem significação própria e valor na formação da personalidade.
Cada fase vencida prepara e condiciona a seguinte; esta não destrói a anterior, mas a
inclui em sua transformação. Cada etapa deve ser observada e respeitada, na
recuperação, como algo vital e atuante por tôda a vida.
3. Devem ser proporcionadas ao deficiente condições tais que não o isolem, mas lhe
permitam participar do dinamismo social, de modo que chegue, por essa participação
a adquirir consciência de suas próprias responsabilidades.
Isto porque a sociedade não é estática; muda e se transforma contìnuamente; seus
valôres morais e aperfeiçoamento dependem dos elementos que a integram.
4. Devem ser atendidos todos os aspectos da personalidades do deficiente (intelectual,
fisiossomático, afetivo-emocional, etc), sem predominância de nenhum. O homem é
uma unidade fundamental.
5. Ao deficiente devem ser asseguradas tôdas as situações e oportunidades, que lhe
permitam integrar-se em grupos cada vez mais complexos e amplos, começando pela
família. O ser humano não tem existência real fora do grupo; isolado, angustia-se;
desumaniza-se.
6. Devem ser propostos ao deficiente trabalhos cujas dificuldades possa superar,
encorajando-o a vencer obstáculos cada vez maiores. O efeito do trabalho realizado
importa enormemente e age o realiza. Quando positivo, condiciona o sucesso.
7. Só pessoas profissional, moral, emocional e intelectualmente capacitadas devem
participar da reeducação e recuperação dos deficientes. Só se pode agir, influindo na
vida de oytrem, quando se está convenientemente educado e profissionalmente
capacitado para fazê-lo.
8. O deficiente deve ser colocado em posição de emancipar-se, progressivamente, de
modo a auto-afirmar-se no grupo social, transformando-se de heterônomo em ser
autônomo.
9. O deficiente deve viver a experiência democrática, de modo a encontrar sua posição
na democracia e, valorizando a dignidade humana, ser valorizado em sua própria
dignidade.
10.O deficiente deve ser respeitado e tratado com lealdade, o que resulta da aceitação da
filosofia democrática de vida.
11.O deficiente tem, como qualquer ser humano com lealdade, o que resulta
personalidade própria, desenvolvendo-a da maneira mais harmoniosa e feliz.
FICHAMENTO: PSICOLOGIA DA LINGAUGEM, alguns temas, CARDOSO, Ofélia
Boisson, ed. CONQUISTA, 1963.
Biblioteca Pública Mário Schenberg
São Paulo- SP
Prof.Fábio Quaresma
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