TEORIA DA LINGUAGEM
O presente texto versa sobre algumas características e princípios teóricos da Teoria da Linguagem encontrados na obra de José G. Herculano de Carvalho, Teoria da Linguagem: Natureza do Fenômeno Lingüístico e a Análise das Línguas. No seu início a obra monstra-nós a natureza essencial da linguagem, em que o autor afirma ser essa natureza “uma actividade, um agir livre e finalístico, realizado pelos homens enquanto seres pensantes e enquanto membros e criadores da sociedade”(CARVALHO, pg.222). A língua para Carvalho será vista como uma atividade um fenômeno temporal, porque ao tempo a linguagem. Ela a linguagem ocorre num número de atos que denominou "actos de fala", "actos verbais", "actos linguísticos". O ato linguístico de um individuo falante e determinado por dois silêncios, o que precede seu início e o que marca sua conclusão. O ato de fala se dará entre um emissor e um receptor ou mais sujeitos que dialógam entre si. O ato verbal está presente nos dois primeiros actos e os diferencia, pois o primeiro será um ato verbal simples e o segundo um ato verbal composto, compreendendo este, como a totalidade dos atos simples realizados entre os indivíduos do diálogo.
Nesse primeiro momento, vemos a simplicidade com que trata o ato linguístico, enfatizando o acto verbal, pois para Carvalho a linguagem é uma atividade produtiva, valendo-se, do linguista Wilhelmvon Humboldt, que afirma ser a linguagem “não é uma obra. mas uma atividade”. Assim a linguagem não consiste na obra, e sim no agir que a produz.
Nessa atividade da linguagem devemos distinguir duas ordens de obras ou produtos: de um lado, um produto interno, do outro um produto externo. O primeiro é o conhecimento, o segundo é aquilo em que o conhecimento se manifesta, ou seja, o acto de fala que será fruto da soma dos significantes menores que se dispõem numa cadeia, que constituem o significado e que correspondem ao todo significante. A este objeto sonoro que é manifestado exteriormente do conhecimento, damos o nome de texto. Então, compreendemos que serão os textos o objeto imediato da observação e da análise Lingüística, ou mesmo, para toda a observação cientifica.
Vejamos agora outra distinção, que o autor faz em sua obra, e que deve ser especificada: a distinção entre texto propriamente dito e texto escrito.
“O texto propriamente dito ou em sentido próprio é o produto imediato do acto de fala, quer ele seja materialmente explicitado, quer se conserve no interior da consciência do sujeito falante, sob a forma de um significante, traduzido ou, ao menos, sempre susceptível de se traduzir em , numa cadeia de vibrações físicas produzidas pelo do sujeito emissor e captáveis pelo ouvido; produto da relação ao qual o texto escrito é algo de secundário, enquanto constitui únicamente a sua fixação ou resentação gráfica.”(CARVALHO, pg. 229)
“O texto escrito é uma fixação gráfica, visual, do texto em sentido próprio.”(CARVALHO, pg. 231)
São três os elementos essenciais no ato de fala o emissor, o recptor e o texto. Tadavia nota-se que se o “receptor contar exclusivamente com o texto – ignorando não só o código que presidiu à sua elaboração, mas também o que sabe (ou deve saber) acerca do locutor dos seus actos comunicativos anteriores e da realidade extra-linguística a que ele agora se refere, e fechado ainda os olhos e os ouvidos ao mundo real circundante e ao que, no produtor, acompanha a produção do texto sem fazer parte deste (a expressão fisionómica, o gesto, a maior ou menor intensidade da voz e da sua altura tonal absoluta) -, ele será totalmente ou em larga medida incapaz de compreender o texto e de realizar portanto a sua parte essencial no ato iniciado do emissor.”CARVALHO, pg. 359)
Além, da propriedade basica do texto escrito como registro ou representação gráfico do processo verbal ou mesmo do texto próprio a partir de sinais convencionais. Outra é sua fundamental propriedade, a de que representa constitui geralmente um texto compósito, quer dizer, o produto, não de um único ato, mas de uma série maior ou menor, conforme os casos, de atos de fala sucessivos, que sucessivamente se corrigem, produzindo vários textos, que se sobrepõem, alterando-o, ao texto inicial.
SABER LÍNGÜÍSTICO
O saber linguístico do indivíduo se forma pela aprendizagem, que o indivíduo o adquire aprendendo, recebendo-o, numa série de actos conscientes e intencionais, de outros indivíduos, com os quais convive, com eles estabelecendo uma comunicação. Constitui-se pela propriedade não exterior mais interior que o sujeito falante da língua, ou seja o conhecimento.
Sendo necessário para o sujeito falante da língua para realizar essa atividade de produzir um texto primeiramente que saiba como realizá-la, que possua a capacidade de falar, isto é, que conheça o modo de agir no falar e para falar. Assim, ver-se que esse agir e um agir finalístico e social, exigindo do sujeito que a realiza um conhecimento consciente dos seus atos e um saber adequar efizcasmente os meios, os instrumentos, as formas de agir às finalidades que deliberadamente procura alcançar.
Logo, também a atividade linguistica pressupõe e exige, no sujeito que a executa, a existência de um saber específico correspondente, a que chamaremos saber linguistico, e que não devemos confundir nem com o saber do linguista, nem com o conhecimento acerca do mundo, que é adquirido e transmitido através da própria linguagem. Este é, pois meramente o saber do sujeito falante, que constitui o pressuposto indispensável dessa sua atividade que é a mesma linguagem.
As cinco características do saber específico do sujeito falante:
1) que ele constitui um saber aprendido, isto é, adquirido pelo processo histórico da aprendizagem
2) que ele é simultâneamente individual e inter-individual
3) que é inicialmente não refletido ou pré-reflexivo
4) que constitui uma técnica (saber técnico)
5) que é, finalmente, um saber sistemático
Em toda aquisição de saber, o sujeito que aprende não se limita a aceitar os dados objetivos que lhe transmitem, mas realiza sempre uma verdadeira criação, que essencialmente consiste em, a partir dos dados recebidos, chegam ao conhecimento de outros não recebidos: pode suceder que estes novos dados assim obtidos sejam já conhecidos sos restantes membros da comunidade a que o indivíduo pertence, mas pode ser que o não sejam, dando-se neste caso uma verdadeira inovação, pela qual esse indivíduo cria, deliberadamente ou não, algo de novo, que acrescente ao transmitido e que pode agora transmitir a outros. Em todas as espécies de saber há, pois sempre uma parte de fidelidade ao passado, - onde o saber adquirido se mantém idêntico ao dos ensinantes -, e uma parte de inovação, - onde aquele diverge deste -, sendo porém em cada uma dessas espécies muito variável a proporção entre uma e outra. O saber linguistico pertence à categoria, em que a inovação individual é mínima, -, por razões bem evidentes: a de se tratar de um saber regulador de uma atividade realizada em grupo, tradicionalmente aceites, o que exige dos seus membros a sujeição às regras socialmente fixadas e que são justamente as que lhes foram transmitidas por outros indivíduos que antes deles já realizavam a mesma actividade; e logo, por uma razão especificamente linguistica, porque só essa obediência tácita às do permite, como já salientamos, que se realize a finalidade essencial da linguagem, a inter-comunicação.
Texto será definido como a obra ou produto externo do acto de fala. O texto será tratado como um produto secundário, em que o conhecimeto e principal, visto que, será o texto o instrumento através do qual esse conhecimento se realiza e se transmite.
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