

No período em que Machado escreve o conto a psicanálise ainda estava sendo desenvolvida por Freud, todavia o cientificismo e o evolucionismo estavam através dos pensadores Comte, Darwin derrubando os paradigmas sociais moldados no dogmatismo e no misticismo. O escritor utiliza-se desses pensadores para ironizar esses conceitos antigos existente em sua sociedade.
Os diretores do filme mantiveram a relação de Rita com a cartomante, porém inseriram a psicanalista. Antônio Candido diz ter a "psicologia moderna ampliou e investigou, sistematizando as noções de subconsciente e inconsciente, que explicariam o que há de insólito nas pessoas que reputamos conhecer, e no entanto nos surpreendem, como se uma outra pessoa entra-se nelas, invadindo inesperadamente a sua área de essência e de existência”.
Assim no cinema a presença do imprevisível na vida de Rita acaba levando a jovem, uma sonhadora que coleciona previsões de horóscopos do jornal, a oscilar perigosamente entre o ponderável - que ela conhece em suas sessões de análise - e o imponderável, que desaba através das cartas do tarot. Mas não é somente a jovem que sofre as conseqüências das previsões. Tanto Camilo quanto Vilela, amigos de infância, também se deixam levar pelas previsões do futuro e acabam transformando o tempo presente. E, no meio de todo o misticismo e o racionalismo, entre livre-arbítrio e fatos irremediáveis, a psicanalista Antônia tenta salvar a vida de seus pacientes e amigos ao interpretar seus desejos, medos e, principalmente, o que o futuro lhes reserva.
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