ENCONTRO
Eduardo era dono da sorveteria mais bem frequentada da cidade, situada no
centro histórico da cidade, tinha uma peculiaridade comparada às outras
sorveterias do Brasil. Os sorvetes consumidos eram de frutas típicas da
Amazônia como cupuaçu, bacuri, tucumã, açaí, tapioca, dentre outras. Laryssa
era responsável em gerenciar o estabelecimento, visto que, o dono viajava
muito.
Na semana antes do Círio de Nossa Senhora de Nazaré uma das maiores
festas religiosas do Brasil. Eduardo tinha acabado de chegar de viajem e foi
conversar com Laryssa que lhe informou dos negócios e alertou-o da situação dos
últimos meses que não tinha sido muito lucrativo e esperava compensar no
período do Círio, quando milhares de romeiros vindo de todos os lugares do
mundo vêem agradecer a Nossa Senhora de Nazaré as graças alcançadas.
No final do expediente Laryssa escutou uns clientes comentarem que seria
bom se pudessem comer pizza e tomar sorvete no mesmo lugar. Isso gerou uma
idéia para a gerente da sorveteria. No dia seguinte, contou para seu chefe sobre
sua idéia. Foi o momento em que começou a conhecer melhor Eduardo. Durante esse
período os dois aproximaram-se e começaram uma paixão. Laryssa tinha uma amiga
e confidente Mônica ao qual revelava todos os acontecimentos de sua relação com
Eduardo. Contava-lhe tudo como gozavam a vida de forma alegre e amorosa e que
estavam planejando casar tão logo terminasse o Círio.
E foi durante o almoço do Círio na casa de Eduardo em meios a pratos
exóticos como pato-no-tucupi, maniçoba e tacacá, que Mônica foi apresentada por
Laryssa a Eduardo formando um circulo de bate-papo que duraria todo o almoço.
Logo depois da Santa chegar à Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, sentaram-se
para almoçar e depois Eduardo ausentou-se para sesta. Nesse momento ficaram as
duas a conversar na sala de estar, Laryssa estava anciosa para contar as
novidades para Mônica, disse ela:
- Amiga. Você nem sabe marcamos a data do casamento. Fomos essa semana
falar com Dom Oramir que nós descreveu como será o casamento, disse ele:
- O interior da Igreja de Santo Alexandre estará perfumado pelos arranjos
de flores e enfeites com tapetes e laços de fita, receberá os convidados que
devem estar vestidos e ornamentados para o evento. Nas primeiras fileiras,
estarão os parentes próximos do noivo e da noiva. Nas seguintes, os amigos,
colegas, vizinhos, conhecidos, curiosos. No altar, de um lado, os padrinhos do
noivo, e de outro os da noiva. Nesse momento Mônica interrompeu a amiga
perguntando:
- Estarei onde. Esperava ser convidada para madrinha, mas Laryssa não
respodeu pedindo para continuar.
- Ele disse que Eduardo irá esperar no altar, enquanto meu pai ficará na
porta da Igreja, aí, Mônica quando ouvires os primeiros acordes da Marcha
Nupcial dar-se-á inicio a minha cerimônia e entrarei segurando o braço direito
de meu pai e atravessarei todo o corredor central pisando no tapete vermelho
sobre os olhares dos espectadores que estarão de pé, deslumbrando-se com minha
passagem. Chegando ao altar meu pai me entregará a Eduardo, dando inicio o
cerimonial. No final trocaremos as alianças e até que a morte nos separe.
Mônica depois de ouvir essas palavras contadas por Laryssa ficou sem
palavras. Seu olhar de orgulho passou a ser um olhar de inveja. Começou a
desejar estar no lugar da amiga, sentiu-se só, sem amiga com quem conversar e
sem um amor com quem compartilhar sua solidão. Despediu-se de Laryssa voltando
para sua casa. Já em seu fleth relembrava o que sua amiga tinha falado e
imaginava uma forma de terminar com tudo aquilo, não poderia ficar só, não
poderia ficar só, dizia a si mesma. Lembrou-se que a amiga não suportava viver
com a suspeita de algo. Nesse seu ponto fraco resolveu atacar contra Laryssa.
No decorrer da semana tudo estava indo bem tanto na nova sorveteria que
agora possuía uma pizza de jambu que tornou-se prato predileto dos
freqüentadores do lugar. Seu casamento já estava com data marcada seu tempo
tornou-se dividido entre os ajuste do casamento e o gerenciamento da nova
sorveteria que ganhava o gosto do público a cada dia. No dia que iria aprovar o
vestido de noiva ligou para Mônica para pedir que a acompanhasse, mas sua amiga
negou-se a ir. Teve de ir sozinha quando já estava na loja tocou seu celular,
olhou o número e não o reconheceu, pensou em quem poderia ser. Atendeu e uma
voz que não se identificou falou que seu noivo estava lhe traindo nesse exato
momento em sua própria casa. Tomou um susto enorme tentava ligar para Eduardo,
mas seu telefone encontrava-se fora da área de serviço o que a fez ficar muito
nervosa. Serviram-lhe água com açúcar o que não resolveu sentia-se mal e saiu
da loja, tomando o primeiro táxi com destino a sua casa. O motorista do táxi
pegou um congestionamento e o tempo ia passando e ela cada vez mais nervosa
mandava o taxista ir rápido. O pior estava por vim na anciã de ir rápido o
táxista bateu num ônibus tendo de parar para esperar a perícia, Laryssa ansiosa
pagou a corrida e tomou outro táxi, demorou cerca de uma hora e meia para
chegar.
Laryssa abriu a porta de sua casa e viu Eduardo sentado no sofá
assistindo televisão. Soltou-lhe uma bofetada no meio da cara e gritava:
–
- Seu
safado, seu safado, como podes fazer isso comigo. Ele sem saber o que estava
acontecendo perguntou:
–
- O
que houve. Ela com raiva e gritando, responde:
–
-
Pensa que não sei, estava com outra aqui em nossa casa, eu sei, eu sei, você é
um canalha, nunca mais quero te vê. E saiu correndo da casa deixando-o atônito
sem saber o que fazer. Eduardo sentou-se pensando eu não fiz nada, meu deus eu
não fiz nada.
No outro dia Eduardo foi procurar Laryssa na casa de seus pais, levando
um buquê de rosas vermelhas. Esclareceria aquele mal entendido e salvaria seu
casamento. Todavia, foi recebido pela empregada informou ela que Laryssa não
estava mais lá, havia saído, o que não era verdade. Eduardo então deu a volta
na casa e subiu pela calha até a janela do quarto de Laryssa que ficava no
segundo andar. Chegou à janela e viu Laryssa chorando deitada na cama. Entrou
pela janela e surpreendeu sua amada que pediu-lhe desculpas, dizendo que havia
recebido um telefonema anônimo, avisando que estavas me traindo na nossa casa.
Ele sentou-se na beira da cama e explicou que nada havia acontecido durante sua
saída ficou vendo televisão, até sua chegada naquele estado e não compreendeu o
que havia acontecido para estar daquele jeito, jurou-lhe não ter estado com
ninguém na sua ausência e que amava-a eternamente.
Laryssa retomou a sua vida diária saiu do gerenciamento da sorveteria
& pizzaria para trabalhar num
fest-food. Passaram-se muitos anos sem ela vê Monica nem Eduardo. Quando certo, conversando com sua mãe pelo wat-zap. Ela lhe disse ter ido em um oraculo que lhe contou a seguinte estória e disse tratar de ser uma previsão de sua vida:
Assim que terminou sua mãe lhe disse abra o jornal de hoje na pagina social que entendera. Laryssa foi a banca e comprou o Jornal do dia, folheando até a coluna social e lá viu a foto de ambos, Monica e Eduardo, justos embaixo a seguinte legenda:
Os recém casados e novos integrantes da sociedade paraense viajam essa semana
para lua de mel, em Portugal. Olha! que coisa disse a si e vislumbrando a mãe que lhe analisava pelo zap, disse:
- Mãe, ele volta e me diga mais sobre o oraculo que a senhora foi. Combinaram de se encontrar e tratar o assunto, pois ele é meu e eu quero ele.
- Mãe, ele volta e me diga mais sobre o oraculo que a senhora foi. Combinaram de se encontrar e tratar o assunto, pois ele é meu e eu quero ele.
REENCONTRO
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